De longe, a superficialidade do marketing eleitoral não é o único nem o principal fator que nos distancia de uma escolha plenamente consciente e aprofundada. Talvez não nos tenha sido apresentada uma proposta inteligente e factível. Porém, o que nós, brasileiros, queremos para o nosso país? Que mudanças esperamos? O que de mais básico nossa pátria tem deixado de nos oferecer?
Sem dúvida, a rotina nos impulsiona a prosseguir e conviver com inumeráveis desafios, afinal, não nos resta outra alternativa. Mesmo que o incômodo tenha se tornado crônico e que estejamos acostumados com essas carências cotidianas, eleger novos administradores para o país deveria significar atuação pontual e concreta em direção aos déficits do país.
Como um ponto de partida para a análise do espaço no qual estamos inseridos, sugiro que olhemos através de nossas janelas.
Da minha janela...
...sei que, com essa chuva, o final da rua vai alagar;
... sei que, se for tempestade, não haverá transporte público suficiente, a espera será ainda maior, seja no metrô ou no terminal de ônibus.
... sei que os muitos moradores de rua dessa região não vão ter onde se abrigar e que não há quem possa lhes acolher.
... sei que a paisagem poderia ser mais bonita sem tantos postes e fios de eletricidade tão expostos.
... sei que a poluição do ar e a chuva desgastam e corroem casas e muros.
... sei que cabe a nós investir na nossa própria segurança, assim como tem se tornado indispensável assumir os custos das necessidades mais básicas, como assistência médica e acesso à educação.
... sei que poderia ver uma paisagem diferente, algo mais bonito. Queria ver a natureza, flores, passarinhos.
Por que não descobrir olhando através da janela?
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